Estamos realmente vivendo em “tempos loucos”. As mudanças estão ocorrendo em todas as partes. E a velocidades descomunais. Não há como escapar. Entretanto, elas não são, como muitos pensam, prejudiciais. São positivas. Não se pode detê-las, pois são necessárias à própria evolução das sociedades. Ao invés de resistir às mudanças, e elas só existem porque há problemas e esses sempre geram soluções, é melhor entender o que está acontecendo. É bom ver a crise como um fenômeno positivo. Ela oferece uma oportunidade rara para revermos todos os erros cometidos e preparar a empresa para o novo cenário da competição.
Nesse novo mundo, a característica principal é a flexibilidade. Se olharmos para o passado, é possível reconhecer que houve melhorias significativas em todas as áreas. Mas é preciso mais. Temos que ser incansáveis na busca de uma vida melhor. E gerenciar bem é buscar novos métodos — “revolucionários” —, que respondam aos desafios que o presente e o futuro nos colocam cotidianamente.
Tendo isso como pano de fundo, a questão da competitividade das empresas brasileiras é analisada, neste artigo, e é condição básica não somente para elas, mas também para o próprio país.
O desemprego é, sem dúvida, nos tempos atuais, um fantasma que ronda os países. As razões são as mais diversas: desde uma política econômica recessiva até modernas tecnologias que aumentam a produtividade, mas causam desemprego, entre outras.
No debate sobre as causas da perda de competitividade — definida como “a capacidade da empresa de formular e implementar estratégias concorrenciais que lhe permitam obter e manter, a longo prazo, posição sustentável no mercado” (Albuquerque, 1992, p. 18) — das empresas brasileiras, a valorização cambial foi eleita como a responsável pela baixa performance das empresas brasileiras.
Mas, afinal, o que leva determinados setores industriais ou de serviços a perderem mais do que outros?
É o câmbio valorizado?
É a manutenção das mesmas margens de lucros que no período da inflação alta?
É a impossibilidade de acompanhar o processo de reestruturação por que passa a economia brasileira?
É a focalização de estratégias empresariais (Ansof, 1990) equivocadas?
Pages: | 94-102 |
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Authors: | José Carlos Lopes Mestre em Economia e Professor da PUC – SP |
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