Em decorrência das freqüentes mudanças de política econômica e do conseqüente período de elevada inflação, pouco evoluiu no Brasil, nos últimos trinta anos, a compreensão dos temas associados a investimentos em instrumentos de renda fixa pré-fixados. Este artigo procura dar uma contribuição nesta área e busca averiguar a hipótese de que taxas de juros pré-fixadas de um mês são previsoras não viesadas das taxas de juros de curtíssimo prazo em datas futuras (taxas pós-fixadas).
Após breve discussão da literatura relevante, é apresentada a metodologia de análise empírica, constituída de dois testes estatísticos distintos. A aplicação dos testes aos dados de DI futuro de um mês da BM&F e CDI-over Cetip no período julho/91-junho/00 não permite rejeitar a hipótese de ausência de viés nas taxas pré-fixadas de curto prazo. No período de análise, marcado pelas crises da Ásia (1997), Rússia (1998) e Brasil (1999), entretanto, os resultados mostram certa peculiaridade: os erros apresentam marcada assimetria apesar de estatisticamente não diferentes de zero na média. Com base em análise adicional apresentada nas considerações finais é proposto um modelo alternativo de formação de taxas não random walk, que permite justificar tal comportamento sem violar a hipótese de eficiência do mercado.
Authors: | Paulo Beltrão Fraletti Mestre em Administração de Empresas (MSc) pela London Business School (Londres) e Doutorando em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Professor em cursos de pós-graduação do MBA Finanças Empresariais da FIA-FEA/USP, MBA Executivo em Finanças do IBMEC/SP, MBA em Derivativos da BM&F-USP e Market Risk Management do Pec-FGV. Consultor de instituições financeiras na área de Gestão de Tesourarias. E-mail: [email protected] |
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