O presente ensaio traz uma reflexão sobre a postura crítica no ensino de Administração. Para tanto, vale-se das ideias de um dos mais louváveis precursores do posicionamento crítico fundamentado da história: Sócrates. O estudo se desenvolve apresentando ideias socráticas sobre a necessidade de as pessoas serem capazes de se autoanalisarem e, consequentemente, se autoconhecerem e questionarem se o conhecimento que possuem ou possam vir a possuir mantém-se válido ante argumentações, interpelações e reflexões.
Em seguida, aborda o posicionamento sofista que invade sobremaneira a prática e o ensino da Administração e mantém os que não questionam à frente de um processo educativo superficial, fundamentado apenas em pontos de vista. A partir daí, verifica que grande parte das escolas de Administração desvinculou-se do processo de construção científica, submetendo-se a apenas reproduzir o conhecimento de outras instituições brasileiras e, principalmente, americanas.
Finalizando, o ensaio apresenta pontos de confluência das propostas de Sócrates com o ensino de Administração. Um deles é a necessidade de os docentes atuarem como “parteiros” de ideias, ou seja, como catalisadores do processo de desenvolvimento do raciocínio crítico construtivo nos alunos. Um dos grandes empecilhos é que os próprios educadores, em sua maioria, estão culturalmente envolvidos pela lógica formal e não pela lógica dialética.
Keywords: | Educação em Administração, crítica socrática, reprodução do conhecimento. |
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Pages: | 75-86 |
Authors: | Amarolinda Zanela Saccol Doutoranda em Administração pela FEA/USP Professora e Pesquisadora da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) - RS E-mail: [email protected] Luciano Munck Doutorando em Administração pela FEA/USP Professor Assistente do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Londrina - PR E-mail: [email protected] |
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